Computador chega a classe D

As vendas de computadores no Brasil chegaram em março a uma nova fronteira: a classe D. Segundo o presidente da maior fabricante de PCs e notebooks do Brasil, a Positivo Informática, Hélio Rotenberg, a classe C também já está conseguindo arcar com prestação de um computador melhor. E isso está acontecendo uniformemente em todo o país, segundo o executivo.

“Já estamos pegando uma pontinha da classe D (na venda de computadores), já tem empregada doméstica comprando computador, o autônomo que ganha 800 reais também”, disse Rotenberg durante entrevista no Reuters Latin America Investment Summit.

“Está sobrando dinheiro para as famílias de classe C e elas estão comprando computador. O tíquete médio subiu neste mês de março impressionantemente”, afirmou. A chamada classe C é formada por famílias com renda média de cerca de 1.000 reais por mês.

Segundo ele, as famílias estão aproveitando sobra de orçamento para optarem por modelos de computadores mais sofisticados, com telas de cristal líquido (LCD) de 19 polegadas.

“Temos um modelo de 1.799 reais, um computador completo com (monitor de) 19 polegadas e LCD. Vendeu uma quantidade em março absolutamente fora de qualquer padrão, com parcela de 79 reais. O cara que iria comprar pela parcela de 59 reais, já se dá ao luxo de escolher um computador com prestação de 79 reais”, afirmou o executivo.

O Brasil avançou no ranking mundial de vendas de computadores em 2007, passando da sétima para a quinta posição, com vendas de 10,7 milhões de PCs entre desktops e notebooks. Esse volume, representou um salto de 38 por cento sobre as vendas de 2006, de acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado IDC.

A companhia prevê para 2008 “outro excelente ano para o consumo de PCs no país”. Para Rotenberg, o mercado brasileiro crescerá em média 30 por cento ao ano nos próximos quatro anos.

AÇÕES EM QUEDA

Apesar do crescimento do mercado e da própria empresa –a Positivo encerrou 2007 com lucro líquido 66 por cento maior–, as ações da companhia não têm acompanhado o movimento, e nesse primeiro trimestre sofreram queda acentuada, de 46 por cento.

“Estou absolutamente apavorado. É a primeira vez que a gente acompanha uma queda dessas na nossa ação. E ela caiu muito este ano. Muito acima de qualquer expectativa. Os nossos investidores também não entendem a queda”, disse Rotenberg, que segue de perto a cotação das ações da empresa e do dólar em um terminal instalado em sua sala. “Estamos com um valor de mercado muito abaixo do que valemos.”

As incertezas geradas pela redução de incentivos fiscais no Estado de São Paulo e a crise dos mercados financeiros, com fundos vendendo posição na companhia, são apontadas pelo executivo como motivo para as perdas.

“Mas não vamos fazer nenhuma revolução (para incentivar o papel). Resolvemos continuar mostrando nosso trabalho ao longo dos próximos meses”, afirmou Rotenberg, que não quis fazer projeções sobre a empresa em 2008.

Depois de ampliar capacidade produtiva para 250 mil computadores por mês em 2007, a Positivo tem espaço para lidar com o crescimento do mercado brasileiro pelos próximos dois anos, na avaliação do executivo.

Com isso, a empresa está pondo ênfase em melhorar sua distribuição para pequenas empresas, onde a taiuanesa Acer, que não tem fábrica no Brasil, “vendeu 90 mil notebooks no trimestre”, disse o executivo.

Nesta quinta-feira, as ações da companhia fecharam em estabilidade, cotadas a 21,10 reais. Enquanto isso, o Ibovespa avançou 1,28 por cento.

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Redação Geral

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