Ainda sobre TVs: Medindo a tela e o consumo dos conversores de TV por assinatura.

E ainda temos mais um assunto para falar sobre TVs! Já falamos sobre ‘delay’, selo PROCEL e agora vamos falar sobre como medir corretamente a tela de TV e o consumo dos aparelhos conversores de sinal de TV a Cabo. Pelo que pude verificar temos novidades interessantes que gostaria de dividir com vocês.

Mas vamos a o nosso primeiro assunto: Como medir corretamente as polegadas do seu televisor?

Antes precisamos explicar algumas coisinhas importantes: A palavra metrologia deriva do grego, da junção das palavras metron (medida) e logos (ciência). Metrologia é a ciência que abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições. No Brasil, cabe ao Inmetro atuar em duas áreas da Metrologia: A primeira é a Metrologia Científica cuja atribuição principal é manter as unidades fundamentais de medida, realizar sua rastreabilidade – comparação aos padrões internacionais – e disseminar esses padrões até as indústrias. A segunda é a Metrologia Legal, que é responsável pela garantia metrológica aos relacionamentos econômicos. Resumindo: Proteger o consumidor no que se refere às unidades de medida.

Para entender como funciona, seguem abaixo alguns exemplos de como a Metrologia Legal impacta na sua vida:

Produtos pré-medidos

São os produtos que apresentam indicação de quantidade que não é medida na presença do consumidor. Isso é o que garante que uma embalagem de 1kg de arroz, por exemplo, tem realmente um 1kg.


Produtos relacionados à saúde Instrumentos como termômetros clínicos, medidores de pressão, seringas, eletroencefalógrafos, eletrocardiógrafos necessitam de confiança metrológica, sem a qual podem induzir a diagnósticos errados, comprometendo a saúde das pessoas.


Produtos relacionados à segurança Medidores como velocímetros de automóveis, radares, bafômetros e tacógrafos, entre outros, são usados para garantir a segurança dos usuários.


Comércio Equipamentos como bombas de combustível, taxímetros, balanças, taxímetros e hidrômetros servem para padronizar as relações comerciais, no que diz respeito às unidades de medida.

De forma a simular a compra feita pelo consumidor, o Inmetro adquiriu, em março de 2006, uma amostra de cada uma das seguintes marcas:

Marcas que tiveram amostras adquiridas para análise

Marca Modelo Tipo Fabricante Dimensão informada na embalagem (em polegadas) Dimensão da diagonal visual informado na embalagem (em centímetros)
Marca A Modelo A Tela plana Fabricante A 21″ 51,0 cm
Marca B Modelo B Fabricante B 20″ 48,0 cm
Marca C Modelo C Tela plana Fabricante C 21″ 50,8 cm
Marca D Modelo D Fabricante D 20″ 48,0 cm
Marca E Modelo E Tela plana Fabricante E 21″ 51,0 cm
Marca F Modelo F Fabricante F 20″ 48,0 cm
Marca G Modelo G Fabricante G 20″ 48,0 cm
Marca H Modelo H KV-21FV210 Fabricante H 21″ 51,0 cm

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A metodologia utilizada pelo INMETRO previu a medição da diagonal visual, que é aquela que o telespectador efetivamente enxerga como imagem, para compará-la com a informação prestada pelo fabricante, na embalagem do produto.  De modo a obter uma medição mais confiável, foram feitas 10 medições da diagonal visual, com um instrumento de medição calibrado, sendo o resultado final a média das 10 medições. Os resultados obtidos foram os seguintes:

Resultados das medições na diagonal visual


Marca Dimensão da diagonal visual declarada na embalagem (em centímetros) Dimensão da diagonal visual medida (em centímetros) (*) Resultado
Marca A 51,0 cm 50,7 ± 0,3 cm Conforme
Marca B 48,0 cm 48,2 ± 0,3 cm Conforme
Marca C 50,8 cm 50,5 ± 0,3 cm Conforme
Marca D 48,0 cm 48,0 ± 0,3 cm Conforme
Marca E 51,0 cm 50,8 ± 0,3 cm Conforme
Marca F 48,0 cm 47,9 ± 0,3 cm Conforme
Marca G 48,0 cm 48,2 ± 0,3 cm Conforme
Marca H 51,0 cm 50,7 ± 0,3 cm Conforme

(*) Média de 10 medições

Pelo resultado do teste do INMETRO podemos considerar que “todas as amostras foram consideradas conformes”, pois ‘batem’ com as informações prestadas pelos fabricantes nas embalagens dos produtos. Mas é importante entender como diferenciar as duas informações que têm sido apresentadas nas embalagens dos produtos disponíveis no mercado nacional. Vamos a elas:

Dimensão em polegadas: Os fabricantes sempre informaram a dimensão das telas em polegadas. Esta medida não se refere apenas à imagem visível para o consumidor e sim à dimensão total do tubo de imagem, que tem uma parte oculta no interior do televisor. Para medir corretamente vai precisar desmontar seu aparelho.

Dimensão da diagonal visual, em centímetros: É a informação que deve ser utilizada para decidir sobre qual modelo comprar, pois é a dimensão da diagonal visual a mais fiel e pode ser conferida por qualquer pessoa utilizando uma simples trena. Veja abaixo uma tabela comparativa entre as dimensões do tubo de imagem, em polegadas, e as dimensões das diagonais visuais, para cada uma das amostras:

Comparação entre a dimensão do tubo de imagem e a dimensão diagonal visual


Marca Dimensão do tubo de imagem declarada na embalagem Dimensão da diagonal visual declarada (em centímetros) Diferença
polegadas centímetros
Marca A 21″ 53,3 cm 51,0 cm 2,3 cm
Marca B 20″ 50,8 cm 48,0 cm 2,8 cm
Marca C 21″ 53,3 cm 50,8 cm 2,5 cm
Marca D 20″ 50,8 cm 48,0 cm 2,8 cm
Marca E 21″ 53,3 cm 51,0 cm 2,3 cm
Marca F 20″ 50,8 cm 48,0 cm 2,8 cm
Marca G 20″ 50,8 cm 48,0 cm 2,8 cm
Marca H 21″ 53,3 cm 51,0 cm 2,3 cm

Importante: 1 polegada corresponde a, aproximadamente, 2,54cm.

Ao adquirir um “televisor de 20 polegadas”, por exemplo, você pode imaginar que a tela do aparelho possui 20 x 2,54 = 50,8cm. Essa medida, entretanto, é a do tubo de imagem. Em casa, ao efetuar a medição da tela visível, na diagonal, obterá um valor aproximado de 48,0cm, ou seja, 2,8cm menor do que o esperado. Essa diferença se tornará maior à medida que aumentar o tamanho da tela podendo ainda perceber que em TVs de 29 polegadas, a diferença pode chegar a até 5,0cm. Mas aqui cabe um esclarecimento importante: Televisores de plasma ou LCD possuem outro tipo de projeto e construção e por isso a medida informada, em polegadas, correspondem à dimensão correta da tela.

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O Consumo dos Conversores de TV por Assinatura

O IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) pediu a quatro empresas de TV por assinatura – NET, Sky-DirecTV, Telefônica e TVA – que informassem qual é o consumo em uso e em stand-by dos aparelhos que comercializam. Segundo o IDEC os conversores de TV por assinatura estão entre os aparelhos que mais consomem energia no modo de espera. Por exemplo:  a TVA possui três modelos de conversores com consumo equivalente a 8,5 W em stand-by e 9,5 W em uso. Numa simulação, ao admitirmos que esse equipamento ficará ligado durante quatro horas por dia, seu gasto de energia no modo de espera será de 5,1 kWh ao mês. E se considerarmos que uma geladeira pequena com nível A de eficiência energética tem consumo médio de 25 kWh por mês, o conversor em stand by consumirá mais de 20% que o refrigerador gasta para funcionar 24 horas por dia.

Ainda pela avaliação do IDEC a NET informou que seus conversores gastam de 6,5 W a 14 W no modo de espera, mas não disse qual dos gastos equivaleria a qual aparelho. Levando em conta o que mais gasta (14 W), a perda será de 8,4 kWh ao mês – um terço do que gasta o refrigerador pequeno com nível A de eficiência energética tem consumo médio de 25 kWh por mês. Quando em uso, os conversores gastam pouca energia a mais do que quando estão no modo de espera. No caso da NET, o consumo no modo stand by é de cerca de aproximadamente 70% do os aparelhos gastam quando ligados. Para os aparelhos da TVA a diferença é ainda menor: 90% do que é consumido em uso continua sendo gasto no modo stand by. Absurdamente exagerado!

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Já havia comentado em outra coluna que os aparelhos em stand by espalhados pela casa podem ser responsáveis por até 15% de uma conta de luz. Se utilizarmos como exemplo uma conta de luz de R$ 100,00 (média mensal) podemos afirmar que você está tendo um prejuízo de R$ 180,00 reais por ano com produtos ligados em stand by. Ou seja: quase dois meses de conta de luz! Se você quiser puxar ainda mais verá que perde o equivalente a quase dois tanques de combustível; ou dois jantares; ou uma diária em uma pousada e se quer mais: cerca de 10 caixas de 12 cervejas em lata facilmente adquiridas em promoções!

Depois desses esclarecimentos, Seu Lunga decidiu que nenhuma luz colorida iria ficar ligada em casa se o aparelho não estivesse sendo usado. Segundo ele “luz colorida aqui sem serventia só no Natal para iluminar a árvore. Pelo menos, pisca!” E arremata:-“E quando for comprar uma TV nova vou levar a trena!” A propósito: se um dia você decidir ligar pra loja do Seu Lunga em Juazeiro do Norte, Ceará, tome alguns cuidados pois ele é muito objetivo nas suas respostas. Certa vez alguém ligou, ele mesmo atendeu e a pessoa do outro lado perguntou “-Quem está falando…?” E ele respondeu: -“VOCÊ! É você que está falando!”

São muitos motivos para repensar seriamente em deixar ou não ligados seus aparelhinhos em stand by. Não é? Para calcular o consumo e planejar a economia sugiro que acesse o link http://www.furnas.com.br//simulador/index.htm. Ele oferece um simulador de consumo, elaborado por FURNAS – Centrais Elétricas S/A; fácil de usar e que será muito útil para que você não gaste mais do que o necessário na sua conta de luz. Afinal de contas, ganhar dinheiro está cada vez mais difícil para ser desperdiçado.

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Redação Geral

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