A Motorola vai se dividir em duas para livrar prejuízo.

A Motorola anunciou nesta quarta-feira que vai se dividir em duas companhias, cada uma com ações em bolsa, para separar a deficitária divisão de celulares do restante do grupo. As ações da empresa chegaram a subir cerca de 5 por cento após o anúncio.

A decisão, que acontece em meio a intensas críticas do investidor Carl Icahn antes da reunião anual de 5 de maio, pode ser um prelúdio de uma joint-venture para a área de celulares do grupo, segundo analistas.

Os especialistas afirmam que a separação da unidade de celulares, que está perdendo mercado para as rivais Nokia e Samsung Electronics, pode ajudar a Motorola a encontrar um investidor estratégico, como entre grandes fabricantes asiáticos que possam estar interessados em conquistar uma parcela maior do mercado norte-americano.

Sob pressão de seu segundo maior acionista, Icahn, para melhorar os retornos aos investidores, a Motorola anunciou uma revisão estratégica no final de janeiro, mas nenhum potencial comprador surgiu.

“Eu suspeito que possa ser um prelúdio de uma joint-venture para a divisão de celulares”, disse o analista Tero Kuittinen, da Avian Securities, que vê em companhias chinesas e japonesas interesse em uma negociação.

“Poderia ser mais fácil negociar com uma unidade separada”, disse Kuittinen. “É uma notícia positiva porque mostra que a companhia está caminhando para uma reestruturação séria.”

A Motorola, atual terceira maior fabricante de celulares do mundo, informou que a divisão se dará de forma livre de impostos para os acionistas e que espera que seja completada em 2009. A companhia já começou a buscar um novo diretor para a divisão de celulares.

“Esperamos que esta ação melhore a recuperação nos dispositivos móveis e acelere os esforços de atração de um novo líder”, disse o presidente-executivo, Greg Brown, em teleconferência com analistas.

A Motorola planeja separar a unidade de Aparelhos Móveis dos negócios de Soluções de Banda Larga e Mobilidade. Esta última área consiste de equipamentos de rede e operações com empresas e segurança pública. Brown não deu detalhes sobre a estratégia de marcas de cada unidade, mas disse que a marca da Motorola é importante para a área de dispositivos móveis.

As ações da Motorola, que tem valor de mercado de cerca de 22 bilhões de dólares, caíram mais de 60 por cento desde outubro de 2006, em meio a perdas de mercado e críticas por não conseguir desenvolver uma sucessora forte para a linha de celulares Razr.

Os papéis da empresa perdiam força do início da sessão e às 12h15 (horário de Brasília) exibiam valorização de 1,2 por cento.

Alguns analistas ainda se mostraram receosos sobre o anúncio. “No curto prazo as mudanças não ajudam a Motorola operacionalmente. Provavelmente, o primeiro trimestre será fraco para a Motorola, o que pode beneficiar relativamente rivais”, disse Janne Rantanen, da Carniege.

Procurado, Icahn não estava imediatamente disponível para comentar o anúncio da Motorola. Na segunda-feira, ele disse em entrevista à Reuters que não estará satisfeito a menos que Keith Meister, presidente-executivo da Icahn Enterprises e administrador do fundo de 8 bilhões de dólares de Icahn, seja diretor da Motorola.

A companhia alertou ainda que não há garantia de que a planeja divisão do grupo, que é sujeita a análises financeiras, fiscais e jurídicas, ocorrerá.

(Reportagem adicional de Tiffany Wu em Nova York e Terhi Kinnunen em Helsinque)

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Redação Geral

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