2009 – O ano em que vivemos em perigo!

Estamos terminando o ano de 2009 e revisando o que aconteceu posso afirmar que este ano a adrenalina rolou solta. Começamos o ano ainda na incerteza do que poderia vir por conta da crise mundial. Este ano resolvi fazer diferente e abordar a retrospectiva em cima dos assuntos que discutimos em 2009-e que não foram poucos!

Vamos começar por janeiro. Madrugada em São Paulo. Na maior cidade do país cerca de 300 pessoas acamparam para serem as primeiras a se beneficiarem das promoções realizadas por grandes redes varejistas no conhecido ‘saldão de janeiro’ ou ‘queima de estoque’.

Há alguns anos essa tradição vem se repetindo. Muitos presentes de natal são comprados em janeiro e algumas casas ganham novos eletrodomésticos e estofados novos nesta época. O que ninguém esperava era, apesar das vendas de natal terem ficado na casa dos 2,8% de crescimento em relação a 2007, que esta multidão comparecesse disposta a acampar para serem um dos primeiros a comprar.

O estudo encomendado pela Intel e desenvolvido pelo Instituto Monitor primeiramente no Brasil, Chile, Colômbia e México, aponta que o Brasil se tornará o terceiro maior mercado do mundo de PCs até 2010. A marca Microsol e sua bela história de pioneirismo, ousadia e criatividade foram vendidas a APC. A tímida fábrica que se estabeleceu nos fundos de uma casa, em Fortaleza, foi pioneira na utilização de tecnologia RISC para no-breaks e; pioneira mundial em tecnologia de voz para no-breaks, a Microsol tinha pedigree nacional.

Ainda em janeiro discutimos o sarcasmo e a superficialidade nos relacionamentos virtuais. Recebi um e-mail de um leitor me convidando a conhecer um lado do Orkut onde o sarcasmo rola à solta. Mergulhei na pesquisa e conheci um lado sádico e irresponsável que prolifera na internet e brinca de maneira maldosa com casos que comoveram a opinião pública.Casos como o da menina Isabela Nardoni, do garoto João Hélio e da adolescente Eloá foram motivo das mais variadas formas de chacota. Atos como esses ilustram os dois lados de uma mesma sociedade: a que assiste atenta ao andamento das apurações desses crimes e a que é capaz de brincar de maneira sarcástica com a situação, sem pensar que poderiam ser elas a estarem no lugar das famílias e, muito pior, sem pelo menos refletir sobre significado.

Em fevereiro dois temas me chamaram especialmente a atenção: Ciberbullying e os Trolls. O material ainda é vasto e inconcluso por ser recente, mas as informações iniciais apontam para um problema ainda mais profundo e, por que não dizer, interessante sob o ponto de vista do relacionamento humano. Uma coisa eu aprendi ao ler todo este material: “Não alimente os trolls”.Conhecemos Jason Fortuny-o maior vilão da internet. No outono de 2006, Jason Fortuny postou no Craiglist passando-se por uma mulher que procurava “homem musculoso e brutal.” Mais de cem homens responderam. Fortuny postou seus nomes, fotos, e-mail e números de telefone em seu blog e batizou a lista de “O Experimento da Craiglist.” Sua fama só foi ofuscada em novembro de 2007, pelo suicídio no MySpace de Megan Meier. Ameaçado de morte, Fortuny apagou o endereço e o número do telefone real dos listados na internet. Fortuny não está preocupado em aparecer no mundo real. “Eles vão me processar por quê?” ele perguntou. “Enganar pessoas confusas? Por que as pessoas não verificam de quem essas coisas estão vindo?Por que presumem que é verdade?” Lendo sobre Jason tive a sensação de que o texto escrito para o personagem Coringa do filme ‘Batman, O Cavaleiro das Trevas’ poderia ter sido inspirado nele. Os trolls aproveitam-se para brincar com as emoções dos outros, especialmente daqueles que, na rede, não conseguem separar o que é verdade e o que é Bullying.

Saudamos o ano novo em fevereiro , pois no Brasil ano novo começa depois do carnaval. Na outra ponta da crise estavam os emergentes a cisnes conhecidos como BRICs: Brasil-Rússia-India-China. Estas quatro nações conseguiram sobreviver por possuírem um grande mercado interno. No caso do Brasil especificamente, as empresas que lá fora estavam dando prejuízo aqui davam lucro e isso fez ‘crescer os olhos’ daqueles investidores que gostam de fazer apostas seguras.

Em março continuei acreditando que poderíamos tirar vantagem da crise mundial e crescer bastante por conta da nossa incrível capacidade de adaptação. Tínhamos na bagagem vários planos desastrosos e sabíamos como sobreviver.Estava certo. A aposta na crise psicológica alardeada pela imprensa que precisa de um escândalo e de fomentar o medo para vender mais, não deu certo. O povo começou a desconfiar e não deu outra. Os empresários deixaram de analisar o mercado de oportunidades e ameaças baseadas apenas em três leis cujas interpretações são, na maioria das vezes, equivocadas. Vamos relembrá-las:

1-O Teorema de Xuthágoras(assim mesmo) – A maioria das pessoas tenta ‘acertar’ nas tendências do mercado com base no que ‘as pessoas dizem’ e não no que ele percebeu/filtrou após analisar várias opiniões. É a turma que tenta reinventar a roda e acaba sendo atropelada por ela.

2-A Lei de Blancheur(ou Blanchu como muitos pronunciam)-que diz que assim como são os mercados são os clientes e vice-versa e não necessariamente nessa ordem.

3-A Lei de Murphy No. 186-onde tudo que parece, é o que ‘parece’!

Ainda em março, ao ler as estatísticas e ver alguns resultados comecei a acreditar no economista Stephen Kanitz , quando ele disse que o pior já havia passado, no caso do Brasil. Segundo Kanitz “mesmo que o PIB do Brasil caísse em 2009, como muitos economistas querem 45% das empresas estarão crescendo, e somente 55% estarão em queda. Portanto, noticiar (resultados ruins de algumas) empresas não significa noticiar tendências.” Kanitz puxou as orelhas da imprensa quando comenta o exagero na divulgação da queda do PIB-“A queda do PIB em dezembro já havia sido superada, e seria um desserviço ao público leitor divulgá-la com muito estardalhaço sabendo-se que janeiro e fevereiro foram meses positivos. Estou até com medo dos dados de março: com juros 20% menores, teremos um crescimento ainda maior, a ser sentido sobretudo a partir de abril.” Conclui ele.E Kanitz estava certo! Enfim, quem acreditou que podia crescer e se preparou para desfrutar desta oportunidade está feliz agora. Porém, aqueles que acreditaram em tudo que é pessimista de plantão e não avaliaram mais profundamente o que estava acontecendo compraram lenços para chorar o lucro ‘derramado’. Como disse o comentarista da CBN, Carlos Alberto Sardenberg-“Alguns crescerão menos. Outros andarão para trás.” Mas não foi bem assim que aconteceu!

E o debate sobre o ouro azul foi grande! Em março tomei um susto ao saber que para produzir cinco mil chips de 32MB, cada um pesando 2g, são necessários 16 mil litros de água, no total. “-Isso tudo?” Perguntei. E fui à fundo na afirmação e descobri que ao decidir matar uma curiosidade minha a respeito de quanta água se gasta (e se haveria necessidade de gastar) para produzir um chip eu acabei me deparando com um cenário preocupante e também fascinante. Não encontrei nenhuma estatística confiável a respeito de quantos litros de água sejam necessários para se produzir um único computador, mas tirando uma média, podemos afirmar que não seria menos que dois mil litros.

Em abril eu havia dito que encerraria a série sobre carreira , mas parece que alguém lá em cima ou em outro plano queria que eu continuasse. Eu tratei de um sentimento que a maioria de nós tem e que se prolifera e descortina na hora que se choca com nossos conceitos. Quando tomo conhecimento da vida de pessoas as quais nunca ninguém deu nada por elas, percebo que é sempre importante render-me ao talento que com simplicidade e aparente limitações chegam quebrando mais um preconceito. O que tem a ver com você a história de Paul Pott, Bill Porter e Susan Boyle? Todos nós nascemos gênios e até os 10 anos ficamos assim quando a nossa genialidade se esvai e passamos a ser limitados pela educação que recebemos, quando nos dizem que é impossível ou não dá certo; quando nos impõem os limites dos outros e nos ensinam a ter preconceitos.Susan, Bill e Paul nos ensinaram a rever nossos pré-conceitos (nesta grafia mesmo), a ter uma visão do outro e a entender que não é nosso julgamento que basta para dizer da capacidade de alguém, mas os resultados que ela pode nos dar dentro dos talentos que cada um com certeza possui, independente das muitas limitações que todos temos. Eles nos ensinaram a não incorrermos em preconceito e a não limitarmos a capacidade do outro às nossas quase sempre falsas verdades absolutas.

Em maio começaram a aparecer os sinais de que a anunciada tsunami era na realidade uma marola. Os quatro primeiros meses de 2009 foram semelhantes a navegar sem bússola, apenas por uma carta pouco precisa. Isso fez com que muitos empresários tirassem um pouco o pé do acelerador para correr o mínimo de risco. Porém, as medidas tomadas pelo governo e a colaboração dos empresários, independente do sentimento de fim do mundo vendido por alguns órgãos de imprensa, surtiram algum efeito era de que o pior já havia passado. O destaque ficou por conta do Comércio Automotivo, que apresentou um crescimento de 13,4% na comparação anual. O ritmo de vendas havia voltado aos níveis de 2008 e já existiam listas de espera para alguns modelos. E até o fechamento da coluna (20/05/09) o dólar estava em R$ 2,038. Os juros caíram ainda mais e a caderneta de poupança passou a ser a aplicação mais segura. Para quem acreditava que seria muito pior sugiro reler algumas colunas que escrevemos sobre o tema ainda em 2008.

E discutimos os descaminhos dos impostos. Publicamos em maio a notícia sobre o levantamento de dados do mercado de informática e eletroeletrônicos desenvolvido pelo Instituto Brasil Legal (IBL) que revelou, no primeiro trimestre de 2009, que apenas 12,1% dos notebooks vendidos no País foram declarados ao Fisco. A comparação de dados da Receita Federal e do instituto ITData, apontou que, no Brasil, as três marcas de importados mais vendidos comercializaram 105.320 notebooks nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. Desse total, apenas 12.799 foram declarados. Dentre as mercadorias sonegadas, há produtos importados de marcas como Acer, Toshiba e Asus, hoje situadas entre os líderes do mercado de vendas. Tal situação mostra que o descaminho no setor só aumenta. Se é proibido, custa mais por conta do risco. Se é permitido, custa menos. Seria assim, mas não é. No Brasil é o contrário. Se paga bem menos por coisas proibidas e bem mais caro por coisas permitidas. A diferença dessa equação é uma coisinha antiga chamada IMPOSTO. Pior que o contrabando, outro descaminho é a malversação do dinheiro público, constantemente roubado e mal aplicado pelo mesmo Estado que teme o descaminho, talvez por andar nele também com relação a impostos. Assim, continua a valer a máxima de que a relação de certo e errado, bem ou mal, estará sendo interpretada apenas pelo interesse de quem se beneficia dela. Uma questão apenas de ponto de vista, desencaminhado ou não. Assim mantém-se imposto o tributo que, todos nós, por muito tempo, ainda teremos que pagar!

Em junho o bom humor voltou e nos divertimos bastante tentando adivinhar quem é ou não Nerd. Se você pensa que Nerd é aquele sujeito de óculos-fundo-de-garrafa, ou muito gordo ou muito magro; apático e um contumaz comedor de sanduíche com batatinha frita, está na hora de rever seus conceitos. Os Nerds existem em vários formatos e vão dos magros a gordos, sarados e normais (sim, normais). Existem Nerds bonitos e feios, de todas as cores e raças; tamanhos e formatos e, de todas as tribos. Portanto o Nerd não é uma forma. Um Nerd é uma entidade. Isso mesmo: uma entidade. Como diz a bem-humorada música, produzida pela banda ‘Seminovos’ que circula na internet (mais de 200 mil acessos), feita por um grupo de jovens “O Nerd de hoje é o cara rico de amanhã.” Pode acreditar que isto é possível, sim.”O Nerd de hoje é o bom marido de amanhã.” Será que é? Bom, os Nerds não se preocupam em serem chamados de Nerds por que é isso que eles são e, creiam, eles não têm a menor vergonha disso.

A coluna bombou e eu decidi fazer o teste que o SamuraiUTI e o Luiz Sérgio sugeriram. A idéia surgiu depois de uma provocação do Guilherme ao querer saber se eu era ou não um Nerd. O teste foi feito e acabei descobrindo que era um Nerd antigo e normal (isso mesmo, normal). Só não gostei de ser qualificado como um ‘chinês’ pelo resultado do teste… não entendi. Bom, mas isso não importa. O que importa é que eu sou um Nerd e ponto com, ponto BR. Descobri uma coisa interessante lendo todos os posts. O estereótipo Nerd mudou bastante. Aquelas figuras caricatas deram lugar a outros tipos e posso dizer que existem Nerds em várias embalagens, idades, tamanhos e formas. A maneira como os vemos nada tem a ver com a realidade atual.

No final de julho a nota triste. A morte de Michael Jackson. Michael foi um dos poucos artistas a entrarem duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, uma série de recordes certificados pelo Guinness World Records(Thriller o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos) , dezenove Grammys em carreira solo e seis Grammys com The Jacksons e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo. Outros recordes foram as vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente, chegando, segundo a Sony a registrar a marca de mais de 1 bilhão. Nos últimos anos, foi citado como o homem mais conhecido mundialmente e agora o homem que conseguiu congestionar a internet mundial. Um fenômeno que durou três décadas e morreu lentamente em dez anos. Falar dele, elogiá-lo, criticá-lo, condená-lo é fácil, mas uma coisa é certa para um mito: difícil é ser um. Impossível ser um Michael Jackson, por que os mitos são eternizados como lendas pelo seu esplendor e nunca pela sua decadência. Os mitos, como Michael, nunca descansam em paz por que sempre terá alguém tocando ou cantando sua música, pois a única forma de matar um mito é nunca mais se lembrar dele.

Ainda em julho o projeto Apollo que levou o homem a pisar na Lua em 1969, comemorou 40 anos. Foi a primeira de sete missões tripuladas do projeto que revolucionou várias tecnologias. O projeto que levou 10 anos para chegar ao estágio de despachar os três primeiros homens à Lua tem números, até hoje, invejáveis. Os motores, os mais poderosos já construídos, produziram 3.400.000 quilogramas de empuxo, uma forca tão grande que chega a ser inimaginável. O foguete no lançamento pesava três mil toneladas e tinha a altura de um edifício de 36 andares. A Apollo-11/Saturno-5 conseguiu realizar a viagem no tempo de 8 dias, 3h, 19m. Foram percorridos aproximadamente 800 mil quilômetros, ida e volta. Muitos puderam acompanhar virtualmente, em tempo real, a viagem a Lua. (http://www.wechoosethemoon.org/). A idéia era parte de um novo site do John F. Kennedy Presidential Library and Museum em parceria com a AOL e no momento do lançamento chegou a congestionar o site tamanho era o interesse das pessoas sobre o assunto.Muitos não acreditam que o homem foi à Lua. Independente do que acreditem ou não, o mais espantoso foi a coragem de todos estes heróis de mostrarem os grandes saltos que a inteligência humana, submetida à pressão de buscar soluções, pode produzir.

Neste mesmo mês, numa das conversas com o Paulo Couto, ele sugeriu ver um material sobre propagandas antigas de computadores. Imediatamente gostei da idéia e já chamei o Paulo no Skype para ‘conspirar’. A conversa tomou quase duas horas do escasso tempo de dois caras muito ocupados, mas confesso que foram estas quase duas horas as mais divertidas dos últimos meses. A gente viajou no tempo! Relembramos coisas incríveis e muitas tendências nascidas naquela época e que viraram fato e tem seus conceitos presentes até hoje. E assim nasceu o texto “Os anos sessenta e a Década do EU”. Foi divertido e tudo que é divertido acaba em coluna. E foi no que deu. Duas colunas retrataram uma época que não teve comparação. E assim fiz uma coluna sobre a Década de 80’ e, caros leitores, falar da Década de 80’ foi um desafio gigante a ponto de deixar a história por sua conta, pois a coluna não se bastava e, consumar uma década que a meu ver ainda não acabou, seria impossível. A chamada ‘Década Perdida’ começa a encontrar-se agora e vocês ‘postaram’, alguns emocionados, sobre uma época sem comparação.

E tentaram controlar a Internet!!! Não conseguiram. De novo a gente pôs a boca no trombone e deixamos claro que é impossível controlar a web. Querer controlar a Internet é o mesmo que tentar fazer com as pessoas deixem de desejar, deixem de sonhar, deixem de pensar, deixem de querer saber mais e melhor a respeito de um mundo em constante transformação. É fazer a humanidade retornar aos tempos da Idade Média onde um livro, sem fundamento nenhum, caçava bruxas, a maioria mulheres e a venda de indulgências buscavam ‘lotear o paraíso’ em troca de dinheiro. A Internet, caros leitores, é uma idéia que calibre nenhum, regime nenhum, ditador nenhum pode matar por que ela representa a própria essência do ser humano, seja ela de índole boa ou ruim.

Julho foi um mês carregado de assuntos quentes. O Governo Federal anunciou uma mudança no enquadramento das VGAs. Já havíamos promovido uma grande discussão aqui a respeito dos descaminhos dos impostos. O tema ‘IMPOSTOS’ é algo bem polêmico e desagradável para muitos pela forma como aplicam os recursos. No Brasil trabalhamos cerca de quatro meses para o governo e diariamente assistimos casos de má aplicação do dinheiro público. De outra forma, para suprir os desvios e os desmandos, o governo cria novos impostos ou passa a sobretaxar produtos até então contemplados em alíquotas menores com a promessa de melhoras que nunca acontecem. Para entender um pouco mais sobre o que estava acontecendo, entrevistamos (de forma exclusiva) o executivo da NVIDIA Brasil, Richard Cameron Anderson, Country Manager-Brazil. Richard explicou de forma clara e bem detalhada a questão dos impostos e ainda traçou um perfil de mercado numa entrevista de excelente conteúdo e que tirou a dúvida de muita gente.

Em setembro descobri que não limites e nem regras. Há câmeras! Decidi dar uma conferida na minha rotina diária e ver se realmente era verdade a estatística do delegado paulista. Fiz meu trajeto de casa para o trabalho, hora do almoço e retorno. Saí de moto, como sempre faço. Bom, na saída do condomínio o primeiro registro. No caminho passei por dois cruzamentos com câmeras de monitoramento de trânsito. Mais à frente parei para abastecer. No posto as câmeras registraram minha chegada, a entrada na loja de conveniência e um saque efetuado no caixa eletrônico. Em seguida a minha saída. No caminho mais dois cruzamentos com câmeras que se movimentam em um eixo motorizado. Minutos depois a chegada ao estacionamento da empresa e daí por diante o dia de trabalho estava sendo gravado. Chegada a hora do almoço, no restaurante li o aviso-“Sorria, você está sendo filmado”. De volta ao trabalho meu dia continuava sendo filmado. Mais tarde peguei o caminho de volta e novamente as câmeras do trânsito registravam uma parte do trajeto. Em alguns pontos percebi que vários condomínios possuíam câmeras apontadas para a rua e com certeza algumas delas pegaram minha passagem. Minutos depois estava em casa. Tudo registrado em um enorme ‘Big Brother Fortaleza-Eusébio-Ce’. Se já era cuidadoso, depois disso passei a me conscientizar que saindo da porta da minha casa estaria sendo filmado e com certeza deveria ter mais cuidado inclusive em lugares onde a primeira vista não havia nenhuma câmera de segurança. Mas não é apenas isso. Depois da entrada no mercado dos celulares com câmeras que filmam e fotografam, percebi que eu poderia estar sendo filmado sem saber e sem ser para a minha segurança. Por exemplo, se bebesse mais do que o permitido pela razão e aprontasse alguma poderia ter minha diversão registrada e publicada no YouTube. A matéria rendeu muitos comentários e virou pauta de uma série de reportagens da Record.

Ainda em setembro, batemos novamente na tentativa de controlarem a web. Desde que a Internet brasileira passou a ser o principal meio para divulgação de denúncias e a mais genuína forma de liberdade de expressão, algumas autoridades começaram a buscar uma maneira de tentar controlar a Internet. Algo estranho andou acontecendo no Brasil. Os nossos ditos representantes que deveriam proteger a liberdade e a livre manifestação do pensamento (respeitados os limites do que se enquadra em crime) tentaram amordaçar a web (Azeredos& Cia e a mordaça eleitoral). E um simples questionamento geraram vários protestos pela web e tiveram que mudar. Questionamos: Será que esse mundo que estamos construindo ou que deixamos construir é realmente melhor? Onde estão os rebeldes, os opositores, os revolucionários? Onde estão aqueles que no passado colocaram suas vidas em risco pra dizer – ‘Ei! Isso está errado’ Hoje perguntamos que ‘mundo deixar aos nossos filhos?’ Mas eu prefiro pensar diferente e perguntar: ‘Que filhos estamos deixando para o mundo?’. Fecha aspas. Engana-se quem acha que jornalista não tem candidato. Tem sim. Continuo acreditando que isenção completa só existe se o jornalista votasse nulo ou não precisasse votar. Enquanto isso não acontece, jornalistas podem sim manifestar suas preferências. A Carta Capital faz isso e já foi punida, mas continua a manifestar suas opiniões, sem medo. Se você não concorda, não a leia. Simples assim. Independente de tudo e daqueles que desejam controlar o incontrolável, pois a web representa o nosso pensamento, o medo dos que ocupam cargos eletivos estará sempre relacionado ao crescimento do espírito critico de um povo e isso se dá apenas e somente, através da manifestação de opiniões através da liberdade de expressão. A propósito: Uma demonstração do poder da internet e o medo que ela causa é a lista que publiquei no artigo: “Censura na web: Não podem nos calar, nunca!”. Posso dizer: Os comentários não pouparam ninguém.

Em outubro não pude negar que o fato do Brasil vir a sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 me emocionaram. Sim, me emocionaram como um brasileiro apaixonado por este país, pelo nosso povo lindo e maravilhoso, pela nossa competência criativa de superar dificuldades. O presidente Lula tem sorte. Muita sorte! Mas o Brasil conquistou, com estas escolhas mundiais, um passaporte de quase uma década de crescimento. Este salto não se dará sem o crescimento do mercado de tecnologia. É inegável o crescimento dos países que receberam apenas as Olimpíadas. Muito terá que mudar. Tecnologia será a palavra de ordem. Como diz o nosso hino, “verás que um filho teu não foge à luta!” E por que não dizer:”Dos filhos deste solo és mãe gentil! Pátria amada, Brasil!” Que venha a Copa do Mundo! Que venham as Olimpíadas! O mundo definitivamente vai conhecer o Brasil, conhecerá os brasileiros e vai descobrir por que Lula chorou.

Ainda em outubro, os usuários do Fórum PCs colocaram a ‘faca-nos-dentes’ e, acreditem ou não, fizeram história!!! O movimento dos usuários mexeu em alguma coisa e uma compra dada como certa acabou não acontecendo. A GVT, que há poucos meses atrás, nada mais era que uma das empresas-espelho fadadas a extinção, causou um furor no mercado de telecom e nos consumidores. Ao apostar na banda larga a GVT acertou. Partiu para cima da Oi e da Telefônica exatamente no seu ponto fraco. Deu certo. A GVT contou ainda com alguma sorte (aqui volto a falar que sorte é quando a preparação encontra a oportunidade). Dois fatos ajudaram a GVT a se popularizar: O primeiro foi vencer a ‘Guerra dos Cabos’ contra a Oi.Quanta a oferta de compra feita pela Telefônica à GVT, tudo parecia se encaminhar para que a gigante paulista comprasse a pequena GVT. Apesar do ‘pode ser’ estar mais para ‘será’,de repente tudo mudou. A Vivendi, que parecia morta na história, comprou a GVT! E podem dizer o que quiserem, mas duas coisas mudaram isso. Uma delas foi a Vivendi ter enxergado um futuro rentável na GVT. O outro foi os acionistas apostarem que sem a Telefônica e a continuar com a expansão, a GVT, poderia vir a valer ainda muito mais. A decisão entre a fome e a vontade de comer, dessa vez, foi favorável a quem paga pelo serviço.

Em outubro me despedi do Vista publicando as confissões que faço ao meu diário dedicado e discreto diário. Querido diário! …querido, não… soa meio estranho… Então: simpático diário! Hoje me despedi do Vista. Depois de pouco mais de um ano sendo usuário pude enfim instalar o Windows 7. A experiência foi muito boa! Depois de ler muita gente falando bem dele, o Xandó e o Mestre Piropo, decidi testar. Simpático diário, o Windows 7 é mais leve, mais rápido e até posso dizer: mais econômico. Custou menos que paguei pela mesma versão do Vista e ainda ajuda-me a economizar a bateria do notebook. Tive a sensação de ter ganho mais espaço na memória RAM e que meu processador passou a trabalhar mais leve. Afinal, o coitado sofria bastante tendo que carregar o pesado Vista que, convenhamos, estava meio fora de forma, né? Uma coisa me deixou assim… ele é um pouco parecido com o S.O. de um concorrente que tem uma maça mordida na marca. Irmãos eles não são, mas um primo dele, tenho cá minhas dúvidas, simpático diário. Aquelas luzinhas na abertura… voando… pensei que fossem virar maçãs, mas no fim, era uma janela colorida. Ufa!

Em novembro discutimos a Chipagem de Humanos. O assunto é sério, apesar de parecer uma conspiração. Mas, independente do que venha a ser merece toda atenção. Ativistas e organizações defensoras das liberdades civis opõem-se veementemente ao uso dessa tecnologia de identificação em seres humanos. Segundo eles, dispositivos assim poderiam ser utilizados para rastrear as andanças e o paradeiro de quem os tenha implantados no corpo, sem o conhecimento dessas pessoas. A VeriChip, empresa que fabrica os chips, alega serem os únicos aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) e os implantes foram originalmente projetados para aplicações médicas, mas a aceitação em outras aplicações tem sido cada vez maior. E é aqui que mora o perigo. Começa assim. O medo das pessoas em relação à violência está fazendo com que o número de pessoas ‘chipadas’ aumente absurdamente e o pior: de maneira espontânea. Esquecem as pessoas que o chip pode ser retirado e detectado por quadrilhas organizadas. Basta removê-lo e colocá-lo por aí. Milhares de pessoas nos Estados Unidos estariam utilizando chips sob a pele. No Brasil outros tantos também. Mas o número de ‘chipados’ não importa, o que importa é que a paranóia mundial estimulada pelas partes interessadas poderá acelerar a mente dos políticos, devidamente remunerados pelas corporações, para que o procedimento pegue.

E o apagão novamentevirou notícia e nos fez repensar alguns conceitos. Um deles talvez seja a maior fragilidade da tecnologia-a falta de energia. Basta um apagão de 3 horas para que o caos se estabeleça. Celulares não funcionam, bombas de água param, alguns importantes sites saem do ar, hospitais ficam às escuras, caixas eletrônicos não funcionam, postos de combustíveis deixam de vender gasolina, semáforos desligados, trânsito caótico, enfim, o caos acontece! Ninguém se entende e as explicações são muitas e até absurdas. O mundo cada vez mais conectado, tecnológico, automatizado e incrivelmente informatizado está literalmente por um fio. Sim, por um fio elétrico. Grande parte de todo o parque de tecnologia instalado no Brasil não consegue se manter funcionando em caso de blecaute. No primeiro minuto vários computadores que não possuem no-break apagam. Duas horas depois (em média), deixam de funcionar os notebooks, mais uma hora depois são os netbooks. Grande parte dos servidores de missão crítica também se apaga com quatro horas sem luz, em média. Os que possuem geradores dependem da autonomia e a continuidade da alimentação é posta em dúvida por conta do abastecimento que também entra em colapso. Sem dinheiro, sem poder comprar, colapso no sistema de transporte, comida estragando e falta d’água. Todos estes fatores são o bastante para que as coisas comecem a sair do controle. Estes avisos não devem ser desconsiderados. Os carregadores portáteis solar parecem ser não apenas uma tendência, mas o caminho mais curto para aliviar estes tipos de problema, pois, cada vez mais, a tecnologia fica pendurada por um fio de eletricidade.

Ainda em novembro alguns lojistas falaram que o natal do ano passado foi considerado “o Natal da Indefinição” e que o deste ano seria o “Natal da Redenção”. A expectativa está se confirmando em vendas altas. Há sim um cenário favorável para que este seja mesmo o “Natal da Redenção”. Temos crédito, opções, benefícios fiscais e o otimismo do consumidor. Para um ano que começou sob a sombra de um medo de tsunami comercial, na realidade acabou mesmo sendo uma marolinha.

Na internet ocorreram fatos no mínimo estranhos e que mudarão para sempre a política de concursos de ‘advergames´. Acompanhei de perto um assunto que muito me chamou a atenção, a ponto de me manter estreitamente informado sobre os detalhes, em um processo de investigação que já resultou em ação na justiça e ainda vai provocar grande repercussão. Não se trata de uma denúncia, pois já corre na justiça uma ação que pleiteia reverter a situação e punir os possíveis culpados. Foram a estes fatos que eu tive acesso e compartilhei com vocês em mais uma exclusiva do Fórum PCs. A justiça está tentando entender como podem ocorrer tantas coincidências ou obras do acaso em quatro concursos seguidos. O processo corre no Tribunal de Justiça de São Paulo e todos aguardam ansiosamente o andar da ação. Até lá os participantes que se sentiram prejudicados e as empresas patrocinadoras-também surpresas com as coincidências casuais, aguardam uma decisão da justiça. Até lá fica o dilema se lei e justiça andam sempre juntas. Da minha parte adianto confiar na justiça e que, caso tudo seja realmente comprovado, que os culpados sejam punidos em nome da decência que este país ainda haverá de ter. Enquanto isso cuidado com coincidências…

E caros leitores, repito meu conselho para 2010 (e que me serviu muito em 2009) segue através das palavras de Talleyrand: “Nada é mais irritante do que um homem que mantém a calma enquanto os outros a perdem.” E para os meus amigos leitores que acham que este país não tem mais jeito-vai aqui outra máxima de autoria de Edmund Burke: “Para que o mal prevaleça, basta que os bons não façam nada.” Todos nós vamos precisar de Inteligência, calma, coragem e um pouco de ousadia para atravessar um 2010 ‘carregado’ de novas oportunidades, emoções e desafios!

Amigo leitor tentei resumir mais de 220 páginas de colunas e 52 artigos escritos em 2009. Passamos o ano juntos e tanto foi que, o que escrevi e o que vocês postaram, me remodelaram a ponto de já ter comprado a minha passagem para 2010. Alguém vai no mesmo vôo?

Apertem o reset! O vôo 2010 está autorizado a decolar! Boa viagem a todos nós! E em caso de enjôo… sempre tem um saquinho disposto a ajudar a aliviar a pressão. Escuto a voz do comandante… “-Senhores passageiros do vôo 2010 do Fórum PCs Virtual Future Air Lines, decolagem autorizada! ”

Feliz 2009!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A propósito: O que mais marcou a sua vida em 2009?

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Redação Geral

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