TV digital só chegou a 20 mil casas até agora

As vendas de decodificadores para converter sinais da TV digital estão muito aquém do que a Positivo Informática esperava. A companhia brasileira decidiu, inclusive, pedir a interrupção da produção que contratou da Teikon, de Manaus (AM), porque acredita ter estoque suficiente para todo o ano.

“Fomos a empresa que mais vendeu set top box no mercado e posso afirmar que não existem mais de 20 mil casas paulistanas assistindo à TV digital neste momento”, afirmou Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, que participou nesta quinta-feira do Reuters Latin America Investment Summit.

Segundo ele, “a TV digital não aconteceu no país”. As vendas, disse o executivo, “não foram o que a gente esperava” e sua estimativa de que o total não tenha passado de 20 mil refere-se a todo o mercado. A empresa alega ter o modelo mais barato do mercado neste momento, vendido a cerca de 500 reais no varejo.

As transmissões de TV digital começaram a ser feitas no dia 2 de dezembro, somente na capital paulista. No final deste mês está prevista a estréia em Belo Horizonte e, em maio, na capital do Rio de Janeiro.

Para ele, faltou uma campanha de marketing mais eficiente para despertar na população a vontade de ter o produto. “Não é uma coisa que está na cabeça das pessoas, não é um objeto de desejo”.

A principal culpa, no entanto, o executivo atribui às emissoras de TV. “Por que as emissoras de TV não estão colocando sua força de marketing nisso?”, questionou.

Rotenberg acrescentou que as vendas de algo como 20 mil decodificadores “foram só no começo”, próximo da data de estréia da TV digital, quando muito se falou no assunto. “Hoje, é só traço”, completou.

A companhia já determinou a interrupção da produção porque acredita que, “nesse ritmo, nossos estoques são suficientes para o ano todo”, afirmou o executivo, preferindo não citar quantas unidades ainda tem disponíveis.

OUTRAS OPORTUNIDADES

A estratégia de atuar no segmento de decodificadores, segundo ele, se deve ao fato de a Positivo ter intenção de se manter na liderança do mercado de computadores: “o decodificador da TV digital é praticamente um computador, com a interatividade”, explicou Rotenberg.

A companhia, entretanto, admite que estuda outras oportunidades na área de eletrônicos de consumo. “Temos uma empresa com uma marca forte no varejo, por isso estudamos outras oportunidades”.

Em relação a um ingresso da fabricante brasileira na produção de TVs, ele disse que “muito provavelmente, não”, já que outros fabricantes globais detêm todo o ciclo de produção, incluindo os painéis, como LG e Samsung, por exemplo, o que tornaria difícil a competição para a Positivo.

A empresa chegou a negociar a compra da Gradiente no ano passado, mas em dezembro esta última informou ao mercado que as conversas não chegaram a bom termo. “Não chegamos a um entendimento sobre o negócio”, limitou-se a dizer Rotenberg.

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Redação Geral

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