RODAMOS 300Km no scooter Yamaha NMax 160.

RODAMOS 300Km no scooter Yamaha NMax 160.

DSC_0152

O que você espera de um scooter?

Economia, design, praticidade, manobrabilidade, bom motor, pacote tecnológico, capacidade de carga, bons faróis, conforto, segurança, baixa manutenção e bons freios? Se é isso, o Yamaha NMax 160 vai te agradar em vários itens. Rodamos 300 quilômetros no scooter que vem ‘entrando na graça’ de muitos usuários.

Antes é importante conversar sobre um conceito que o brasileiro tem em ralação a outras marcas que não seja a da líder Honda. Hoje os produtos colocados no mercado possuem praticamente a mesma tecnologia e atendem bem, variando apenas o preço, resultado do tipo de componentes embarcados no projeto. Tais componentes vão definir a durabilidade do conjunto e isso interfere no preço. Mas isso também não quer dizer que ‘produto caro seja bom ou ótimo’. A economia de escala e um excelente trabalho de P&D – Pesquisa & Desenvolvimento – realizado pelas montadoras, pode conseguir componentes tão duradouros quanto o das melhores marcas a preços realmente competitivos.

Na hora da escolha entre Yamaha e Honda muitos escolhem a Honda pelo pós-venda. É verdade. O pós-venda da Honda para motos do segmento CUB (até 300cc) ainda é o melhor, mas também precisamos analisar o intervalo e a frequência de quebras e manutenções onde haverá a necessidade de reposição de peças e aqui a Honda não obtém grande vantagem.

Assim, um projeto que proporciona baixa manutenção e oferece uma boa relação custo-benefício, para a manutenção com reposição de peças, terá um melhor valor de revenda, pois não vai quebrar facilmente.

Neste ponto a Yamaha vem conseguindo recuperar a imagem de uma marca dona de projetos eficientes e eficazes; por que não dizer – duradouros. Mesmo assim as motos Yamaha ainda têm baixa participação no mercado brasileiro por conta dos mais de 80% conquistados e mantidos pela Honda. A maioria dessa argumentação se dá pelo pós-venda e uma imagem de marca que perde pouco valor na revenda. Como se diz no nordeste – “Honda é cheque!”. As outras marcas perceberam isso e partiram para uma estratégia onde oferecem ‘mais por menos’ e onde ‘menos é mais’, e parece que está dando certo. Um exemplo dessa ação é o NMax 160.

Mas tudo começou há um bom tempo atrás quando scooter era algo pouco interessante para os brasileiros. Quem primeiro apostou no segmento foi a Suzuki, com o Burgman de 125 cc. Com a chegada do Honda Lead a coisa mudou. Vendo que o negócio era bom e que mais brasileiros aderiam ao scooterismo, a Dafra entra na briga com o Dafra Cityclass 200i e o Dafra Fiddle III por um espaço ocupado pelo líder absoluto, Honda PCX. Foi assim que a Yamaha decidiu disputar seu lugar ao sol com o NMax contra todos os scooters concorrentes na faixa dos 150 a 200 cc.

Nos nossos testes e impressões destacamos força, economia, conforto, acabamento, manobrabilidade e o pacote tecnológico e alguns lembretes inteligentes; isso sem falar dos freios ABS do NMax que realmente impressionam pela eficiência.

O MOTOR

DSC_0134

O propulsor de um cilindro com 160cc, quatro válvulas, arrefecimento líquido, desenvolve potência de 15,1 cv a 8.000 rpm e entrega um torque máximo de 1,47 kgf a 6.000 rpm. A Yamaha apostou na redução de perdas de potência conjugando com a diminuição de peso total.

O radiador de água foi colocado na lateral. A aerodinâmica do projeto fez com que o radiador de água nessa posição permitisse um melhor controle da temperatura do motor, consequentemente da câmara de combustão proporcionando maior eficiência na queima, no torque e na potência. O bico injetor de combustível mais próximo da válvula de admissão melhorou a mistura proporcionando queima mais rápida.

Imagem1Apostando no ‘menos é mais’ e no ‘mais por menos’ a Yamaha conseguiu uma solução inteligente para um problema clássico: O VVA – Variable Valve Actuation. Em português: Abertura de Válvulas Variável.

O VVA ajuda o scooter a andar mais rápido e na potência máxima consegue oferecer uma melhor economia de combustível. O que é ótimo!

COMO FUNCIONA O VVA?

DSC_0057

O sistema VVA determina o momento que as válvulas abrem e fecham, o quanto abrem e o tempo que permanecem abertas. Antes não era assim. Classicamente o comando de válvulas entrega potência em altas rotações e maior torque em baixa RPM. Isso não gera economia. Com a solução adotada no NMAX as válvulas abrem e fecham de forma variável, por que não dizer, flexível, de acordo com as RPM e a carga sobre o motor. Mas quem controla isso? Aqui o ‘pulo-do-gato’: Uma unidade eletrônica comanda tudo isso com grande eficácia.

Se você deseja mais com menos em um projeto, vai precisar pensar em redução de atrito e consequentemente o menor desgaste das peças e componentes e, a Yamaha, agregou mais uma vantagem ao seu motor. O centro do cilindro foi deslocado para diminuir as perdas por atrito entre o pistão e a parede do cilindro. Uma nova liga de alumínio que tem 20% de silício (material largamente usado na confecção de processadores para computadores) deixa o componente mais leve e com maior capacidade de dissipação térmica. A tecnologia recebeu o nome de DiASil – Die cast Aluminum Silicon.

MANOBRABILIDADE

foto-20

O chassi do NMax permite manobrar com segurança em espaços pequenos. Os pneus mais largos conferem maior segurança em curvas mais fechadas e um melhor contato com o solo em frenagens.

Pilotar o NMax é gostoso. Parece mais leve e mais obediente do que deveria para seu peso. Você percebe essa segurança mesmo em baixas rotações. A Yamaha conseguiu amenizar bastante a sensação de insegurança dos scooters por conta da sua construção, ao realizar algumas mudanças no chassi. A nova estrutura tubular ajuda na distribuição das forças equilibrando o conjunto. Para melhorar o nível de vibrações, característico dos motores dos scooters, o motor foi acoplado ao chassi através de um link onde os coxins são de borracha.

DESIGN – CONFORTO – PAINEL – FAROL

DSC_0063

As rodas de liga leve de 13” são outro charme. O farol em LED de luz branca é um show à parte quando pilotamos à noite. Ilumina muito bem. O desenho do scooter tanto na sua lanterna traseira como no frontal chama a atenção.

O painel é digital em cristal líquido e sua posição garante ótima visibilidade mesmo com sol a pino. Quando o sol está a pino ou refletindo no painel, em outros modelos, o acrílico fica refletindo a luz do sol nos olhos do motociclista, dificultando a pilotagem e obrigando a mudar a posição de pilotagem.

No painel temos muitas informações importantes e outras que não foram esquecidas, como por exemplo, o relógio. Temos à disposição o velocímetro, hodômetro total, trip 1 e trip 2, hodômetro de reserva de combustível, consumo instantâneo de combustível, indicador de troca do óleo e indicador da troca de correia. Aliás, ponto para a Yamaha que ajuda aos mais esquecidos a lembrar quando deve ser feita a manutenção de dois dos importantes itens do NMax.

DSC_0132

O bagageiro que fica sob o banco cabe um capacete, mas pela forma como ele é colocado dá para acomodar na cuba do próprio capacete, que fica virado de cabeça para baixo, outros itens menores. Se não for guardar o capacete sob o banco, o espaço pode ser utilizado para uma mochila, por exemplo. No painel frontal ao piloto cabe (carenagem) mais coisa. Nunca é demais lembrar que, por ser aberto, o motociclista deve lembrar de retirar o objeto dali sempre que deixar o NMax estacionado.

O conforto para o piloto e garupa são complementados por um banco generoso na largura, porém nunca é demais lembrar de um defeito comum na maioria dos scooters. A pedaleira da garupa é embutida e quando está armada como estribo deixa os pés do passageiro muito expostos, portanto cuidado com manobras em espaço estreitos, pois as pernas do piloto irão passar, mas as da garupa podem ser atingidas, principalmente em corredores estreitos.

Para completar ainda existem duas alças laterais e um pequeno espaço para apoio e amarração de alguma bagagem. Há suporte para um bauleto que irá ajudar a levar ainda mais bagagem.

A SUSPENSÃO

DSC_0136

Scooters não foram feitos para rodar em terreno ruim. É um fato que você vai ter que conviver com ele – ponto final. O que os fabricantes fazem é tentar minimizar essa característica de projeto – que não podemos chamar de defeito – mesclando amortecimento com banco que vem melhor espumado. Na realidade, seguem o padrão: garfo telescópico na dianteira (curso de 100 mm) e dois amortecedores na traseira (90 mm) sem ajuste de pré-carga de mola.

CONSUMO

DSC_0116

Todas essas inovações trouxeram um resultado muito interessante quando a palavra é COMSUMO. A média ficou em 37 km/litro. Com essa média o tanque que tem capacidade para 6,6 litros vai te proporcionar uma autonomia de 244 km. Uma razão de R$ 0,37 centavos por quilômetro rodado (o litro a R$ 4,00) com um gasto por tanque de R$ 26,40.

CONCLUSÃO

12
O NMax nos impressionou pelo motor forte nas arrancadas, nas retomadas de velocidade e pela pouca vibração. Além disso é bonito de qualquer ângulo. É econômico, manobrável e freia muito bem. Os freios ABS dianteiro e traseiro fazem toda a diferença na pilotagem deixando-a ainda mais segura. Os discos de 230mm são bem ventilados e dimensionados para o fim proposto. Ponto positivo para a Yamaha.

O preço na CRASA MOTOS (em Fortaleza) Yamaha é de R$ 11.363,00 (tabela FIPE, 2/6/2016) e está disponível nas cores cinza fosco, vermelho perolizado e branco perolizado.

A pilotagem é simples como na maioria dos scooter, basta acelerar e frear. A posição de pilotagem favorece a quem quer pilotar de tênis e para as mulheres que não dispensam o salto. Favorece o uso de saia, o que se torna complicado em motos sem a proteção do painel frontal. Além disso tem várias soluções que permitem levar mais coisas sem ter que pendurar ou amarrar bagagem e nem expor mochilas às costas. Particularmente sou um apaixonado pelo scooter. Acredito que em breve esta será uma solução de mobilidade urbana incorporada por muitos motociclistas que ainda não descobriram as vantagens de ser também um scooterista.

Imagem2

Imagem3

 

Luis Sucupira

Editor-Chefe do Portal Você e Sua Moto é Jornalista, escritor, (Casa Amarela – UFC) diretor e roteirista de cinema, tv e vídeo. Colunista de sites Motonline, Motonauta, revista Motoboy Magazine, Pro-Moto.Autor do livro GUIA DO MOTOCICLISTA PRINCIPIANTE (Ed. NovaTerra - RJ - 2014). Organizador e idealizador dos eventos Iguatu Moto Week, Ubajara Indoor, Eusébio Moto Fest. Um apaixonado por motos, história! Motociclista há 36 anos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *