Quando movido à bateria não quer dizer ecologicamente correto

Movido à bateria não quer dizer ecologicamente correto

A grande febre do momento são os carros híbridos e os movidos à bateria. A grande argumentação é a de que são ecologicamente corretos, zero poluição e demoram mais a dar problemas. Quanto às vantagens ainda temos o custo por quilômetro rodado. Em um carro à gasolina 10 km rodados na cidade não saem por menos de R$2,50. Já em um carro a bateria esse custo é de apenas R$ 0,35 centavos.

Porém afirmar que veículos híbridos ou movidos à bateria poluem menos é uma inverdade. Para fazer um carro elétrico se movimentar é necessária energia elétrica. Acontece que ela tem várias formas de ser gerada: eólica, termelétrica, nuclear e hidrelétrica. Comparando os maiores emissores de CO2 do mundo (EUA e China) podemos afirmar que um carro movido à bateria nos EUA pode poluir muito mais que no Brasil. A explicação é simples: Na região de Chicago (EUA), por exemplo, cerca de 75% da geração de energia é feita por usinas termelétricas movidas a carvão ou a gás, portanto, emissores de CO2. No Brasil a maioria da nossa geração de energia é feita através de hidrelétricas e isso é uma vantagem para o Brasil. A vantagem de ter um carro elétrico no Brasil – no que tange a ser não poluente – é exatamente por isso. Energia elétrica produzida por termelétricas polui cerca de 36% a mais.

A pior de todas as coisas ainda não foi tratada: as baterias. Bateria possui ácidos, chumbo e metais pesados que se descartados no meio ambiente poluem por dezenas de anos e afetam mais diretamente a saúde dos seres vivos do que os combustíveis fósseis. Fala-se em colocar postos de trocas de baterias além da opção de recarga semelhante ao que usamos hoje para abastecer os nossos veículos. Guardar baterias exige uma infraestrutura específica e cuidados extremos no manuseio. Tudo isso é uma grande preocupação de ambientalistas que precisam de soluções seguras. Além do que, apesar dos motores elétricos serem mais eficientes no aproveitamento da energia gasta para que se movam (um motor de 64 cavalos a combustão possui menos torque que um igual movido a eletricidade), as baterias que acumulam carga são muito menos eficientes no armazenamento dessa energia.

Para se ter uma ideia dessa relação, um carro com autonomia de 160 quilômetros precisará carregar cerca de 250 quilos de peso em baterias de lítio. Isso equivale a três vezes e meia o transportado por um carro movido à combustão. Hoje um carro movido à energia elétrica custa mais caro que um movido à combustão. Esse ‘mais caro’ equivale a 34% a mais no preço só no custo das baterias.

Enquanto isso não acontece à adoção de carros elétricos sem saber qual será a fonte geradora de eletricidade que os moverá, poderá ser ainda pior do que a utilização dos combustíveis fósseis. É nesse caso que os carros elétricos ainda não podem ser chamados de ‘ecologicamente corretos’ e podem ser uma aposta cara para os seres vivos e para o planeta.

Redação Geral

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