Minha vida numa moto: Tudo sobre capacetes

Minha vida numa moto: Tudo sobre capacetes

PUBLICADO NO MOTONLINE EM 2010

Na coluna desta semana vamos entender por que ter a cabeça-dura às vezes pode salvar as nossas vidas. Séculos atrás se imaginava que era no coração que estavam centralizadas as emoções e a inteligência. Mais tarde descobriu-se que é dentro da cabeça que está tudo isso e é de lá que todo o corpo humano é controlado para fazer o que a mente necessita. Quando as motocicletas surgiram os capacetes usados nada tinham a ver com os que usamos hoje. Eram gorros de couro e óculos usados por pilotos de caça das duas Guerras Mundiais.


Capacete do Massa que salvou sua vida

Corte transversal de um capacete

Logo depois ficou claro que para andar seguro numa motocicleta teríamos que proteger a cabeça, pois segundo estudos é a parte que, sempre que toca o chão, gera sequelas que podem ser irreversíveis ou chegar ao óbito. O maior índice de pancadas ocorre na cabeça, ficando o queixo direito com 18% e o esquerdo com 15%. O lugar menos atingido é o topo da cabeça. Portanto, eu não recomendo capacetes abertos. Acidentes de moto podem gerar forças de até 100Gs. É o mesmo que sofre um carro de corrida ao bater numa parede a 300 km/h. A cabeça humana só suporta impactos de até 300 Gs.

No Brasil o uso do capacete é obrigatório e o disposto no inciso I dos artigos 54 e 55 e os incisos I e II do artigo 244 do Código de Transito Brasileiro, disposto na Resolução 203 de 29 de Setembro de 2006 determina que é obrigatório, para circular nas vias publicas, o uso de capacete pelo condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado. Tem de estar devidamente afixado à cabeça pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate, por debaixo do maxilar inferior e estar certificado por organismo acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, de acordo com o regulamento de avaliação de conformidade, por ele aprovado. Para fiscalização do cumprimento desta Resolução, as autoridades de trânsito ou seus agentes devem observar a aposição, nas partes traseiras e laterais do capacete de dispositivo refletivo de segurança (fita reflexiva) e do selo de identificação de certificação regulamentado pelo INMETRO, ou a existência de etiqueta interna, comprovando a certificação do produto nos termos do § 2º do artigo 1º e do Anexo da Resolução. O condutor e o passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, para circular na via pública, deverão utilizar capacete com viseira, ou na ausência desta, óculos de proteção. Entende-se por óculos de proteção, aqueles que permitem ao usuário a utilização simultânea de óculos corretivos ou de sol. É proibido o uso de óculos de sol, óculos corretivos ou de segurança do trabalho (EPI), em substituição aos óculos de proteção de que trata esta Resolução. Quando o veículo (moto, triciclo ou quadriciclo) estiver em circulação, a viseira ou óculos de proteção deverão estar posicionados de forma a dar proteção total aos olhos. À noite é obrigatório o uso de viseira no padrão cristal (supertransparente). É proibido colocar película na viseira do capacete e nos óculos de proteção. Se você está fora da Resolução, é multa na certa!

Os importados

Outro ponto que gera grande polêmica trata-se dos capacetes importados. Marcas como Shoei, Nolan, AGV, Arai, Bell,BMW, Caberg, Marushin, Nitro, Shark, Suomy mesmo certificados pelo rigoroso sistema de classificação SHARP, que é um programa do Departamento de Segurança dos Transportes do Governo Bitânico (http://sharp.direct.gov.uk/), ainda assim não serão aceitos no Brasil por não terem a certificação e nem o selo do Inmetro. Apesar de todos os capacetes avaliados pelo programa SHARP estarem de acordo com as normas mínimas de segurança jurídica daquele país de nada valem no Brasil. O programa de ensaios do SHARP utiliza uma ampla gama de testes para fornecer aos pilotos uma enorme gama de informações sobre o quanto um capacete pode oferecer de proteção quando de um acidente. O programa inclui orientações importantes sobre como escolher um bom capacete apropriado (Veja como encaixar seu capacete – http://sharp.direct.gov.uk/content/how-fit-your-helmet), mais seguro e melhor adequado ao motociclista. Os testes realizados pelo SHARP (veja neste link uma animação mostrando os testes que são executadoshttp://sharp.direct.gov.uk/content/animation) – atribuem de uma e cinco estrelas. Pelo resultado dos testes, o desempenho da segurança dos capacetes pode variar em até 70% e isso também está relacionado ao preço final do capacete. Em virtude de existirem cerca de 27 marcas no mercado britânico o programa SHARP ajuda o motociclista a escolher o que melhor se adéqua a sua realidade financeira de custo/benefício.

Em busca de um padrão internacional?

Uma sugestão para a solução do problema com os capacetes importados seria firmar convênios e acordos internacionais onde todos os fabricantes adotem um mesmo padrão de ensaios, testes e certificação. Por exemplo: grande parte dos motociclistas que praticam o mototurismo na América Latina teriam problemas no Brasil com seus capacetes, pois, sem o selo do Inmetro será multa na certa. Para andar de acordo com as Normas Brasileiras de Trânsito teriam que comprar um capacete para uso no Brasil. Imaginemos que a Europa, os EUA e a América Latina adotem padrões e certificações distintas e obrigatórias para capacetes. Um motociclista em viagem (seja na sua moto ou em moto alugada) teria quer ter vários conjuntos de capacetes para poder rodar de acordo com o que a lei exige. Isso seria algo absurdo! Digamos que você vai aos EUA e lá irá passear numa moto alugada e deseja levar seu capacete. Vamos supor que seu capacete, usado no Brasil, certificado pelo Inmetro, não seja aceito lá. Você terá que comprar outro e este novo capacete não poderá ser usado aqui também. Daí, a confusão. Normas são importantes, mas elas precisam considerar vários casos, pois as pessoas, pelo menos a maioria delas, deseja andar de acordo com o que rege a lei de trânsito. Não existe nada mais desagradável que receber multas e pontos na carteira. Pior ainda é receber a multa por estar usando um capacete de qualidade reconhecidamente internacional simplesmente por não possuir um selo de certificação. È quando estar certo é o mesmo que estar também errado.


Nolan articulado fechado e aberto

Bieffe

IMS off Road

Como eu escolho meus capacetes?

Não uso capacetes abertos. O máximo que ainda permito é o modular ou articulado. Estes tipos de capacetes foram os escolhidos pela grande maioria dos batalhões brasileiros de motociclistas policiais por permitir proteção adequada e a flexibilidade de poder, em uma abordagem, melhorar o campo de visão, a ventilação e ainda facilitar tanto o uso, como vesti-lo rapidamente. Porém, este capacete não serve para todas as ocasiões. Na minha vida numa moto eu uso hoje três tipos de capacetes. O articulado é um Nolan usado para viagem. Ele possui um excelente conforto; ótima aerodinâmica (há um estabilizador no topo que serve também como entrada de ar, o que reduz bastante os efeitos da turbulência provocados pelos caminhões, quando estamos atrás deles); bom isolamento acústico; viseiras mais grossas com travas de segurança; óculos escuros retráteis como sobreviseira contra o excesso de luminosidade e, a mesma flexibilidade que permite, por exemplo, tomar água sem ter que tirar o capacete.


LS2

O segundo capacete é um Bieffe fechado que é usado, principalmente na cidade ou em trechos curtos. O terceiro capacete é um IMS para off Road com óculos de proteção da mesma marca. Este capacete é utilizado apenas em percursos off Road e com a moto de trilha.

Há ainda um quarto capacete que é utilizado pela garupa. É um LS2 que tem um desenho que lembra um Shoei. Este tipo de capacete eu chamo de misto. O desenho dele permite seu uso em várias condições, menos em trilhas. O desenho e a forração interna proporcionam boa ventilação e ótima aerodinâmica para a garupa. Ele é leve e tem boa fixação, além de ótima forração.

Quando for escolher seu capacete tome alguns cuidados

Vista-o e peça para que outra pessoa faça dois testes simples. Antes o vista e o amarre corretamente. Vire a cabeça para os lados, para cima e para baixo. Feito isso peça para que alguém empurre a queixeira em direção ao seu rosto com a ponta dos dedos em um movimento rápido e com força mediana. Se a queixeira tocar a ponta do seu queixo escolha outro, provavelmente este capacete, em um tombo, pode vir a machucar seu maxilar. O segundo teste, também com a ajuda de outra pessoa, é para ter a certeza de que o capacete escolhido não sairá da sua cabeça no caso de um tombo. Pode parecer absurdo, mas um estudo detalhado dos acidentes de motocicleta em toda a Europa mostrou que 12% dos capacetes foram sacados da cabeça durante o curso de impacto. Para saber se ele não sairá da sua cabeça na hora mais importante peça para alguém tentar tirá-lo forçando da parte inferior traseira pra cima. Peça para a pessoa encaixar a ponta dos dedos na parte inferior traseira e tentar com certa força tirá-lo da cabeça. Se ele sacar ou sair parcialmente escolha outro modelo. O correto será sempre subir um pouco e retornar a posição original. Usando um capacete que caiba corretamente na sua cabeça você aumentará drasticamente as chances de sobreviver a um acidente.

Confira abaixo os modelos de capacetes certificados Inmetro, descritos abaixo nos desenhos legendados de 01 a 07:


Fig. 1 – Capacete integral (fechado) com viseira

Fig. 2 – Capacete integral sem viseira e com pala
(uso obrigatório de óculos)

Fig. 3 – Capacete integral com viseira e pala

Fig. 4 – Capacete modular

Fig. 5 – Capacete misto com queixeira removível com pala e sem viseira

Fig. 6 – Capacete aberto (jet) sem viseira (com ou sem pala;
uso obrigatório de óculos)


Fig. 6 – Capacete aberto (jet) com viseira (com ou sem pala)

Tipos de capacetes não permitidos

Acessórios Permitidos e Sistemas de engates certificados


E quanto às viseiras? Posso usar qualquer tipo?


Não. A definição de viseiras pelo Inmetro é clara. São óculos que permitem aos usuários a utilização simultânea de óculos corretivos ou de sol, cujo uso é obrigatório para os capacetes que não possuem viseiras. É importante relembrar que é proibida a utilização de óculos de sol, ou de segurança do trabalho (EPI) de forma singular, nas vias públicas em substituição aos óculos de proteção motociclística. A viseira é destinada à proteção dos olhos e das mucosas, e construída em plásticos de engenharia, com ótima transparência, fabricadas nos padrões cristal, fumê light, fumê e metalizadas. Para o uso noturno, somente a viseira cristal é permitida, as demais são para o uso exclusivamente diurno, com a aplicação desta orientação na superfície da viseira, em alto ou baixo relevo, no idioma português (USO EXCLUSIVO DIURNO) e também, se o fabricante desejar, no idioma inglês (DAY TIME USE ONLY). Quando o motociclista estiver transitando nas vias públicas, o capacete deverá estar com a viseira totalmente abaixada, e no caso dos capacetes modulares, além da viseira, a queixeira deverá estar totalmente abaixada e travada.

Eu posso lavar meu capacete?

Claro! Lavar o capacete, além de fazer parte da higiene pessoal do piloto e garupa servirá para aumentar a durabilidade deste tipo de equipamento que é projetado para durar até cinco anos (em caso de uso eventual) e três anos em caso de uso ostensivo (diário por pelo menos 4 horas). No verão, a recomendação é lavar o capacete a cada 30 dias. No inverno, a cada dois meses. Se pegou chuva aproveite e lave-o também senão vai ficar com cheiro de ‘cachorro molhado’. Se você sempre está usando sua moto, como é o meu caso, o melhor a fazer é lavar um enquanto está usando outro. Se possível, depois de uma longa viagem a lavagem do capacete é extremamente necessária. No caso dos capacetes de trilha, sempre que terminar o passeio coloque-o em um balde para lavar. Existem duas formas de lavar o capacete. Lavar ele todo montado ou desmontá-lo para lavar e montá-lo novamente. Caso a sujeira seja muita ou já faz muitos meses desde que foi lavado pela última vez a recomendação é desmontá-lo. Se não sabe como fazer ou não tem muito saco para isso, a melhor alternativa é lavar sem desmontá-lo. Para lavar seu capacete sem desmontá-lo terá que usar três baldes altos e grandes o suficiente para que o capacete fique de molho. Mas vamos por partes como diria Jack, O Estripador.

1. No primeiro balde coloque água suficiente para poder cobrir o capacete colocado com a parte de traz no fundo do balde e a queixeira para cima. Coloque sabão multiação (o melhor mesmo é o OMO com tira manchas). Em seguida uma medida de tira-manchas da marca OXY2 ou Vanish. Misture tudo e mergulhe o capacete. A lavagem deve ser feita sempre à sombra e NUNCA use alvejantes (água sanitária, ou qualquer produto que tenha isso na composição). Mergulhe o capacete com a queixeira virada para cima e deixe-o de molho por pelo menos uma hora, dependendo do quanto ele está sujo. Depois desse tempo retire-o e lave em água corrente esfregando as partes ainda sujas com uma escova de pontas finas. Se necessário repita o procedimento.

2. No segundo balde coloque apenas o amaciante e a água. Mergulhe o capacete e deixe-o lá por não mais que vinte minutos.

3. No terceiro balde deve ter apenas água limpa. Tire-o do balde com amaciante e mergulhe-o no terceiro balde por 10 minutos, nem mais e nem menos. Para secar coloque-o pendurado em um armador ou gancho, sempre à sombra, com a queixeira apontada para o chão e com a viseira aberta. Deixe assim até secar completamente. Depois de seco confira o cheirinho gostoso de limpeza e como estará mais macio. Mas ainda será necessário polir o capacete. Passe cera de boa qualidade, de preferência que contenha cera de carnaúba na composição. Deixe secar à sombra e sem seguida retire o excesso com um pano limpo. A viseira e os óculos podem receber uma camada de cera, mas ao limpá-la deve ter o cuidado de utilizar um papel macio. Dá um pouco de trabalho, mas em caso de chuva você vai perceber a diferença que faz. Importante lembrar que a limpeza deve ser feita por dentro também. Na parte interna use uma um terço da quantidade de cera usada na parte externa da viseira e limpe também com papel. Esta limpeza, se você não tomar chuva, suar ou sujar o capacete de forma pesada dura uns dois meses. Se durante uma viagem os mosquitos surraram a sua viseira nunca lave com água e nem passe papel. Estes mosquitos possuem um ácido e uma cera ou pólen que quando esfregados viram uma gosma a qual vai piorar ainda mais a situação. Lave com sabão neutro e em água corrente. Seque com um papel macio até que toda a gosma saia da viseira. Depois passe cera e retire o excesso com papel macio. Tratando bem do seu capacete vai proteger seu investimento e fazê-lo durar muito mais. A sua cabeça agradece.

Outra dica importante é utilizar uma balaclava

Ela não serve apenas para ser usada no frio. A balaclava é boa também para reter parte da sujeira, do suor e do pó de asfalto que entra no seu capacete, além de não destruir o seu cabelo. Existem capacetes que, por dentro, estão cheios de fios de cabelo presos ao forro. A balaclava ajuda a evitar isso também.

Essa dica é ainda mais importante para as mulheres que têm cabelo grande ou comprido. Para que os cabelos não fiquem embaralhados por conta do vento e do forro, a balaclava funciona como uma touca de proteção do penteado. Basta enrolar o cabelo e vestir a balaclava e o capacete. Ao tirá-lo, é soltar o cabelo e ele estará lá, perfeito! Para lavar a balaclava é necessário avaliar as seguintes situações: Balaclavas usadas em viagem devem ser lavadas diariamente, por isso leve sempre duas. À noite, no hotel, lave uma e deixe-a secando perto do ar-condicionado. No caso de uso na cidade, lave de três em três dias usando a mesma mistura de sabão com amaciante em um balde só. Se for usar máquina de lavar lembre-se de colocar a balaclava com roupas de mesma cor.

Quando guardar o capacete apenas como lembrança?

Depois de um tempo seu capacete não vai servir para nada mais a não ser decorar sua estante de lembranças. Lavá-lo e guardá-lo pode ser uma boa se você quer manter no roll das lembranças de quantos lugares bacanas vocês foram juntos. Todo capacete tem uma história. Compre um novo capacete quando o que você usava sofreu impactos relativos a um acidente ou se ele caiu de uma grande altura (mesmo que não tenha sido um acidente). Pancadas fortes ou acidentes onde a carcaça do capacete foi avariada ou até mesmo arranhada seriamente podem conter microfissuras e possivelmente será menos eficiente caso venha a precisar dele novamente. Caiu ou tombou e esta avaria foi no casco, troque o capacete!

Cuidados com a personalização

Personalizar capacetes é uma moda. A maioria das pessoas gosta disso. Além de dar seu toque pessoal a personalização facilita com que você seja identificado à distância por seus amigos e isso tem lá suas vantagens. Mas a personalização tem um limite e este deve ser sempre a sua segurança e, prioritariamente, estar de acordo com a Lei. Há casos onde a personalização apaga o selo do Inmetro e nesse caso, numa vistoria, será necessário tirá-lo para exibir a etiqueta interna de certificação que fica presa no forro. Se você mudar tudo inclusive o forro, vai levar uma multa e mais alguns pontos na carteira. Portanto, muito cuidado quando for personalizar seu capacete. Atualmente as motos precisam passar por uma vistoria no Detran. Lembre-se de levar um capacete que esteja de acordo com as normas do trânsito. Chegar lá com capacete sem selo ou fora da conformidade com a respectiva Norma vai fazer com que a sua moto seja reprovada na vistoria.

Bom, esta foi a minha coluna – Minha vida numa moto. Semana que vem a gente fala do tema: Viajando com garupa.

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Luis Sucupira

Editor-Chefe do Portal Você e Sua Moto é Jornalista, escritor, (Casa Amarela – UFC) diretor e roteirista de cinema, tv e vídeo. Colunista de sites Motonline, Motonauta, revista Motoboy Magazine, Pro-Moto.Autor do livro GUIA DO MOTOCICLISTA PRINCIPIANTE (Ed. NovaTerra - RJ - 2014). Organizador e idealizador dos eventos Iguatu Moto Week, Ubajara Indoor, Eusébio Moto Fest. Um apaixonado por motos, história! Motociclista há 36 anos.

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