Comparadores de preços: Facilidade e pesadelo para o usuário

Não escapam nem as ferramentas que nos ajudam a encontrar a melhor oferta na internet. Quadrilhas estão utilizando tais serviços na rede para fazerem falsas vendas e o prejuízo com os golpes dados em 2007 passou de R$ 300 milhões. Espera-se que o rombo deste ano seja de meio bilhão de reais.

Os sites comparadores de preços surgiram como um dos maiores aliados do consumidor que precisa encontrar o melhor preço de um determinado produto com rapidez. Em vez de sair por ai procurando site por site a ferramenta permite que o internauta visite um endereço para obter uma lista de lojas com ofertas que, em alguns casos, podem dar uma diferença de mais de 40%, dependendo da mercadoria procurada.

“O papagaio come o milho, mas o periquito leva a fama.”

Pelo menos é que o mostrou uma pesquisa do site Reclame Aqui ( www.reclameaqui.com.br ). Em 2007, cerca de 62% das pessoas que postaram reclamações contra falsas empresas na Internet, que venderam produtos e não entregaram, relataram que foram induzidas a comprar as mercadorias devido a uma possível indicação de sites que possuem tal ferramenta.

A isca é ser o serviço totalmente gratuito. Porém, para uma empresa fazer parte do hall das pesquisadas, é preciso que ela pague para o site comparador uma “cota”, que é debitada à medida que o consumidor faz suas pesquisas. A facilidade acabou abrindo uma grande brecha para quadrilhas especializadas em falsas lojas virtuais, que utilizam os comparadores de preços para avalizarem suas práticas e darem a conotação de negócio lícito. Aqui é que acontece o golpe.

Na lista negra de lojas confirmadamente fraudulentas constam a Eletrosampa, Digital Play, RBV Informática, Lojas 24h net, Uniqueshop, Nikishop e muitas outras.Os consumidores relataram que usaram os comparadores de preços e só efetivaram a compra porque em várias delas havia ‘selos de garantia’ do site. Tudo isso levava a crer que a loja era “idônea”.

O grande alerta aos consumidores feito pelo Reclame Aqui é que o primeiro ponto a ser observado nos comparadores é o preço muito baixo. Existem produtos anunciados nos comparadores de preços que custam praticamente a metade do preços dos existentes nas lojas verdadeiramente idôneas. Até abril de 2008, um Playstation 3, por exemplo, que em sites conhecidos sai, em média, por R$ 2.800,00, em outras era vendido por menos de R$ 1.500,00. O detalhe é que, nessas lojas, o índice de reclamações é de 95% e, mesmo assim, recebem selo de Loja Bronze. Um absurdo!

A consultora jurídica do Reclame Aqui, especialista em Direito Digital, Jane Resina, explica que os sites comparadores precisam ter critérios mais apurados para que o consumidor não caia nas armadilhas das quadrilhas. “Dar o aval a um anúncio de uma empresa fraudulenta torna o comparador de preços co-responsável pelos danos causados ao consumidor. Isto permite a quem foi lesado entrar com uma ação contra o comparador, desde que prove por meio de uma ata notarial e de ter ressarcimento do valor devido no caso de a autora da fraude não ter sido encontrada”, destaca.

Empresas sérias estão caindo fora destas listas.

Por conta de tudo isso as empresas sérias estão solicitando a saída destas listas pois a crescente denúncia de fraudes está ‘queimando’ a imagem daquelas que jogam limpo com o consumidor.

Além do consumidor outros são lesados indiretamente nesse mar de irregularidades que se transformou essa ferramenta. Os sites que vivem de ‘vender’ essa ferramenta e ainda dão medalhas àqueles que não prestam estão sendo processados por propaganda enganosa e serão obrigados a devolver os valores corrigidos e ainda pagarem indenização. Falta pouco para que essas sentenças virem jurisprudência e quando isso acontecer as sentenças serão automáticas e esse tipo de site será banido junto com toda a ‘porcalhada’ que se infiltrou na rede para enganar e roubar das pessoas seu suado dinheirinho.

O que é uma ATA NOTARIAL?

Vamos supor que você suspeitou que o site está fazendo propaganda de uma empresa suspeita.Você vai a um cartório e pede para o escrivão / atendente acessar o site, abrir o link , imprimir a página do jeito que está vendo e dar um “aval” de que aquele material realmente estava na web e que o mesmo não foi alterado. Qualquer pessoa pode, na teoria, pegar uma página web e modificá-la. Mas se no futuro mesmo que a página esteja fora do ar, ficará difícil saber quem estava falando a verdade. Se tiver o AVAL NOTARIAL você será uma pessoa oficialmente “acima de qualquer suspeita”, a impressão que ele fizer e colocar o selo do cartório é que vale.

Como evitar esse pesadelo?

O recomendável é que o consumidor mesmo se orientando por meio de comparadores de preços considere apenas os resultados de lojas conhecidas e idôneas. No entanto, caso não tenha ouvido falar na empresa que tem o menor preço, é preciso tomar algumas precauções.

Dica 1

Confirmar o CNPJ da empresa vendedora acessando o site da Receita Federal. Se houver qualquer diferença das informações que passarem da ficha cadastral, desconfie. Um endereço diferente indica que é um CNPJ falso. Qualquer depósito que tenha que ser feito deve constar o nome da razão social da empresa; caso peçam para fazer em outro nome, não faça.

Dica 2

É importante também o consumidor verificar o endereço físico e checar algum vizinho próximo para confirmar se a empresa realmente existe. É bom desconfiar de contatos que só utilizem celular, uma vez que muitas quadrilhas evitam os telefones fixos para não serem facilmente descobertas.

Dica 3

Para tirar a “prova dos 9”, peça que a empresa envie um e-mail com todas as informações possíveis. Isto já faz a quadrilha que está do outro lado pensar duas vezes e não enviar, uma vez que é mais fácil rastrear o foco do crime. Se chegar alguma mensagem, verifique se o domínio do e-mail é igual ao domínio do site.

Com tantas falcatruas virtuais registradas, o site ‘Reclame Aqui’ tornou-se um referencial para muita gente que pretende comprar pela Internet e precisa certificar-se da idoneidade da loja. Só em 2007, foram mais de cinco milhões de pessoas que acessaram o site para reclamar ou ver as reclamações.

Como reclamar

www.reclameaqui.com.br . O site funciona como uma espécie de ponte que permite ao consumidor fazer sua queixa contra qualquer empresa que tenha vendido produtos ou serviços em desacordo com o que foi contratado.

As Campeãs de reclamações

Entre as empresas mais reclamadas estão a do setor de telefonia, bancos, serviços públicos, vendas online (incluindo empresas conhecidas), financeiras, companhias aéreas e fabricantes de celulares. O ‘Reclame Aqui’ é um parceiro do FÓRUM PCs e vem prestando um belo serviço na proteção dos direitos do consumidor de produtos de tecnologia, tanto na internet como nas lojas de varejo convencionais.

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Redação Geral

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