DIA DOS PAIS – Como nossos pais ou como novos pais?

DIA DOS PAIS – Como nossos pais ou como novos pais?

Em toda turma de amigos, sempre tem algum engraçadinho que tira barato de tudo e que sempre tem ‘tiradas’ bem humoradas a respeito de tudo. Eu sou esta pessoa. Na minha roda de amigos sempre tento levar tudo pelo bom humor. Certa vez, estávamos conversando sobre os nossos filhos e como era a reunião do Clube do Bolinha (só homens) a gente aproveita para dissecar algumas rotinas inerentes a paternidade moderna. Ao ouvir aqueles comentários não me contive e soltei uma frase: “Ser mãe é padecer no paraíso. Porém, ser pai é prevalecer no prejuízo!”. Ninguém se conteve e a gargalhada foi geral.

Segundo a Wikkipédia, “o Dia do Pai tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu Moldou esculpiu em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.”

“Nos Estados Unidos, Sonora Luise resolveu criar o Dia do Pai em 1909, motivada pela admiração que sentia por seu pai, John Bruce Dodd. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia do Pai. Naquele país, ele é comemorado no terceiro domingo de Junho. Em Portugal é comemorado a 19 de Março. No Brasil, é comemorado no segundo domingo de Agosto. A criação da data é atribuída ao publicitário Sylvio Bhering, em meados da década de 50, festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.”

Neste dia aproveitamos a deixa para falar de nossos pais e de como era a nossa vida naquela época quando éramos apenas os “irresponsáveis filhos das mães” e começamos a comparar com a nossa de hoje.

Ser pai há uns vinte poucos anos era ter apenas a missão de provedor. Hoje ganhamos mais tarefas. Já existem pais que criam seus filhos, outros que levam e trazem para a escola e acompanham as tarefas. Ainda têm aqueles que participam das reuniões e não faltam as festinhas dos filhos na escola e no esporte. O conceito de pai se aperfeiçoou a ponto da justiça reconhecer o direito a guarda compartilhada.

Mas, apesar disso, as obrigações aumentaram. Além da missão de serem provedores, heróis e bons maridos, os novos pais também têm dupla jornada. Buscar filhos na balada e conferir se beberam ou não; conhecer as companhias e os amigos parece ser ser uma preocupação paterna. Diante de tudo isso ainda aparece a tal da internet e com ela os Orkuts da vida que nos fazem aumentar a vigilância. Os pais da minha geração tiveram que adaptar-se muito rapidamente às mudanças de cultura provocadas pela maior participação das mulheres no mercado de trabalho e pelo avanço da tecnologia. E isso não se deu apenas por questões sociais, mas também por conta das finanças. O achatamento salarial e a quase morte da classe média brasileira fizeram com que os pais dividissem o papel de provedor e, em alguns casos, até ficam atrás dos salários das esposas.

Mas ainda cabe aos pais o fardo pesado de perder tudo quando de uma separação. Perdem parte considerável do salário e a casa que moravam. Em algumas situações até o carro em favor dos filhos. São obrigados a sustentar duas casas e quando se casam têm que escolher uma companheira que possa suprir aquilo que a obrigação legale a responsabilidade paterna exigem que seja depositado mensalmente.

Os novos pais são mais que super-heróis: são sobreviventes! Muito pouco se destaca dessa nova forma de ser pai. Os novos pais participam da gravidez em todas as suas fases (alguns até chegam a enjoar); acompanham o nascimento dos seus filhos na sala de parto e não mais do lado de fora; ficam acordados no resguardo e ligados às datas de vacinas e médicos. Não apenas jogam bola com seus filhos, mas os preparam para ter a melhor formação esportiva. Essa figura quase anônima é percebida pelas mulheres que os destacam como companheiros perfeitos ou homens de alma feminina (nada a ver com ser gay e aqui nada contra os gays os quais vêm se mostrando excelentes pais de filhos que eles não tiveram). São mais sensíveis, sem deixar de serem firmes e por várias vezes chegam a chorar emocionados com os avanços dos filhos e das esposas.

Os novos pais cuidam mais da aparência. Vão a cabeleireiro, compram suas roupas, cuidam das unhas e do corpo para evitar que a silhueta fique muito parecida com a de um ovo em pé. Mas não vi ainda nenhuma campanha publicitária dizendo assim: ‘mamãe, dê um carro de presente ao papai’. ‘Filhão, que tal aquela casa’ ou ‘aquele cruzeiro ao papai!?’ Pois é, pai não ganha este tipo de presente: só as mães! Hoje pai-que-é-uma-mãe existe aos montes, por isso muitas coisas ainda precisam mudar também após esta mudança que mexeu com a função de ser pai.

Não é fácil ser pai nos dias de hoje. Me lembro do meu pai quando era mais novo e de mim hoje com meus filhos Lara, Luiz e André. Nossas preocupações são semelhantes na base, mas muito diferentes quanto à carga e a intensidade delas.

Antes não se conversava muito, apenas rolava o carão, castigo ou um bom corretivo. Hoje no máximo um castigo quando a conversa perde seu efeito. O mundo está cada vez mais perigoso, cada vez mais aberto e aperfeiçoando-se muito rapidamente. E essa é outra coisa que os pais precisam: manterem-se atualizados!

Me lembro quando da minha separação. Além daquela pancada que é desmanchar um casamento eu tive que reaprender muita coisa. Fiz um projeto pessoal e resolvi seguí-lo. Havia decidido morar só, em uma casa menor, mas que tivesse um local que pudesse recebê-los. Dispensei a empregada doméstica e decidi eu mesmo aprender sobre cozinhar, lavar, passar, decorar e de cuidar da saúde dos meninos. Foi interessante. Minha consultoria era dada por outro pai que já estava bem avançado nesta nova concepção. E de uma hora para outra eu virei um bom dono de casa e em pouco tempo tinha meu passe disputado pelo sexo feminino não mais por ser um bom partido como provedor, mas como um novo pai e, segundo elas mesmas, o ‘modelo ideal’ que as mulheres queriam para companheiro(sic). No início eu era alguém praticamente fora do mercado e em menos de um ano eu estava na lista daqueles tipos que as mulheres tinham curiosidade de saber como se ‘viravam com os filhos e a casa’. Com a nova companheira chegam novos filhos e ai a família fica maior ainda.  Isso também mudou: os PÃES também são assim e segundo o povo diz; pai também é aquele que ajuda a criar. Ainda recebemos as noras que acabam também nos adotando como pais.

Sou um pai coruja e literalmente um babão sentimental. Não posso ouvir My Girl, dos Temptations(do filme Meu Primeiro Amor) que eu encho os olhos d’água com saudades da minha filha e quando por perto a tiro pra dançar. Já cheguei a fazer isso no meio da rua. Ela ficou corada, mas é ainda a sua música preferida. O filho mais velho, André, lembro por conta do surf, design e do Linkin Park que gostamos de ouvir juntos e o do meio, Luiz Rubens, pelo futebol e ping-pong que ele joga muito bem.

Hoje vejo o meu pai aos 71 anos (músico, desenhista, eletricista, informatizado, mecânico restaurador de carros e, como aposentado, também dono de casa, pois minha mãe ainda trabalha como professora universitária) sempre atualizando-se. É interessante ver como ele atualizou-se também para relacionar-se com os netos. Com o mais velho trata de carros e design; com o do meio trata de baladas, música e garotas e com a mais nova ele cuida de conversar e de tocar com ela, pois ambos gostam e são músicos (Lara na guitarra e o papai no órgão). A mim sobrou, além disso, preparar sempre que pedem, a macarronada e a sobremesa do domingo. É estranho pois, há uns vinte e poucos anos eu ia a casa da mãe e da vó para devorar a massa que elas faziam e hoje sou eu quem faz e é casa cheia.

Não é fácil, às vezes, segurar a barra de ser pai e mãe, o PÃE (pai e mãe). Muitas vezes, em silêncio, abrimos mão de coisas que gostaríamos de ter e de viver para dar aos nossos filhos. Essas renúncias silenciosas que a grande maioria dos pais fazem, não são percebidas e nem recebem festas, pois aqui está ainda uma das nossas mais importantes missões: ser o exemplo. É o nosso comportamento e postura que vai contribuir para gerar adultos mais éticos, amorosos, seguros, confiantes e equilibrados.

Não dá para chamar meu pai de ‘meu velho’. Ele está muito atualizado, disposto e com quase nenhum cabelo branco. Talvez pela intensa atividade que exerce ele sempre está com um semblante feliz. Para quem nasceu na década de 40 e viveu tantas mudanças e ainda está atualizado segurando três netos agitadíssimos a única coisa que eu posso dizer é ‘obrigado, pai! Você ainda é o meu herói e eu apenas um aprendiz de feiticeiro. Um ‘Harry Porter’; um pequeno bruxo.’ Como diz meu pai:”vocês não crescem, mudam apenas de brinquedo!”O senhor está certo!

Caros leitores, aproveitem esse dia para dedicar ao seu pai as mais sinceras homenagens que ele merece. E se ele se emocionar, simplesmente abrace-o, agradeça e em silêncio deixe-se escutar o bater daquele coração que sempre torceu por você.

Se você tem filhos faça um discurso! Fale um pouco sobre eles quando eram crianças. As traquinagens, as alegrias e sobre as suas expectativas! Eles vão adorar relembrar isso ao seu lado. Toda criança, mesmo grande, gosta de ouvir historias.

Hoje peço permissão a você leitor para dedicar esta coluna ao meu herói, meu amigo, meu exemplo! Valeu, pai e continua valendo! Feliz dia dos pais a todos os pais que navegam aqui e aos pais de todos os pais da família Fórum PCS!

A vida é muito curta e os pais geralmente vão primeiro. Pense nisso! Ou melhor; aproveite isso!

 

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Redação Geral

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